Título: O príncipe dos canalhas
Original: Lord of Scoundrels
Autor: Loretta Chase
Páginas: 287
Ano: 2015
Editora: Arqueiro
Nota: ♥ ♥ ♥ ♥ ♥
O príncipe dos canalhas é aquele tipo de livro que te ganha pelos olhos. Uma capa graciosa somada a um título genial deixam qualquer leitor ansioso para descobrir seu conteúdo. Isso aconteceu comigo. Desde o lançamento eu fiquei muito empolgada para tê-lo em mãos. Contudo, depois de um tempo, a empolgação se tornou uma preocupação contínua de que ele fosse apenas um livro com uma capa bonita. Felizmente, ele foi bem mais que isso.
Sebastian Ballister é o perigoso marquês de Dain, um homem poderoso e destemido, que vive uma vida depravada e pecadora, livre de qualquer compromisso na grande Paris de 1828. Jessica Trent é uma mulher independente e cheia de si. Com uma mente liberal para o seu tempo e recém-chegada a cidade de Paris, ela tem a missão de resgatar seu irmão da má influência de Dain. O que nenhum dos dois podia imaginar é que um encontro casual entre ambos poderia mudar muitas coisas nas quais eles acreditavam.
"Eu tentei lhe dizer antes: simpatizo com você e estava disposta a ajudar a consertas as coisas. Dentro dos limites da razão obviamente. Mas você não me escuta! Porque, como todo homem, você só consegue pensar uma coisa de cada vez. E ainda pensa errado."
Loretta introduz este romance memorável contando a história de Dain. Somos apresentados ao passado do grande marquês e a sucessão de acontecimentos que o tornaram o pesadelo da sociedade parisiense. Em sequência somos levados à 1828 com a chegada de Jessica e sucessivamente seu encontro com Dain. A partir daí, o humor e o romance tomam conta do cenário e cercados de intrigas, armadilhas e paixões compõem uma estória primorosa e sensual.
O enredo é surpreendentemente bem arquitetado. Loretta construiu uma trama genial que fascina pela inteligência. O príncipe dos canalhas deixou de ser apenas um livro de romance de época para se tornar um livro pretensioso que nos presenteia com um script digno de cinema. Recheado de acontecimentos arrebatadores, o livro te prende de uma forma inimaginável, e você se vê imerso na estória simplesmente para descobrir qual é a próxima loucura que esse casal irá aprontar. Além disso, o livro tem um grande diferencial. Os capítulos são divididos entre o casal protagonista mas é narrado em terceira pessoa. Como se houvesse alguém capaz de entrar na mente de cada um e nos contar o que se passava com eles. Esse tipo de narração me conquista.
Esse foi meu primeiro contato com a autora e com um romance de época. Sua escrita é impecável e envolvente. Me senti transportada para o século XVIII. Loretta consegue descrever com maestria e precisão a antiga Paris sem ser repetitiva ou cansativa. Só queria ler e ler para me deliciar com o romance, a escrita e a impecável trama que ela criou.
Enfim, só tenho elogios a esse livro e ao trabalho da autora. Um romance que sai do clichê e estaciona em um divertido, sensual e emocionante campo de batalha entre dois amantes teimosos.
"No meu dicionário, romance não é um sentimento piegas e pegajoso - disse ela - É algo picante, temperado com entusiasmo e uma boa dose de cinismo."
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